26.7.05

#24

(nova republicação de um poema antigo...)

Almas dilaceradas,
Pessoas incompletas,
A vida continua
E é tudo a mesma merda.

Arranque de meu peito
Este oco coração.
Dele não mais preciso --
Me faz amar em vão.

Sorrisos me esvaem
E dores me completam.
Pra que mostrar meus dentes
E esconder as cáries?

Se podres são os homens,
sou podre ao quadrado.
Sou homem, sou demônio,
Sou anjo desalmado.

Esqueçam as desculpas,
as lágrimas são secas,
o gosto é amargo,
a vida é inútil.

(originalmente cyber-publicado em 22 de agosto de 2004)